Reinaldo

Mensagens indicam que Moro achava fraca delação de Palocci divulgada antes da eleição, diz 'Folha'

Segundo mensagens atribuídas a integrantes da Lava Jato obtidas pelo site 'The Intercept' e publicadas pelo jornal 'Folha de S. Paulo', o então juiz federal teria dúvidas sobre as provas apresentadas pelo ex-ministro. De acordo com a publicação, o procurador Paulo Roberto Falcão teria dito em 25 de setembro de 2018: 'Russo comentou que embora seja difícil provar ele [Palocci] é o único que quebrou a ormeta petista'. 
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A 'Folha' diz que Russo era o apelido de Moro, e ormeta se refere ao código de honra de mafiosos italianos, a Ormetà. Em nota, o Ministério da Justiça, hoje ocupado por Moro, disse que a aceitação da delação de Palocci ocorreu 'antes das supostas mensagens'. 

Na mesma linha, a força-tarefa da Lava Jato disse que 'muito antes das supostas mensagens, o acordo já era reconhecido como válido'. Moro tinha dúvidas sobre as provas apresentadas por Palocci, mas achava sua colaboração relevante mesmo assim por representar uma quebra dos vínculos que uniam os petistas.





"Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista", disse o procurador Paulo Roberto Galvão a seus colegas tratando Moro pelo apelido que eles usavam e associando os petistas à Omertà, o código de honra dos mafiosos italianos.



De outros membros do grupo também céticos: "Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele", afirmou a procuradora Laura Tessler. "O melhor é que [Palocci] fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja", disse Antônio Carlos Welter.



Nesse dia, Moro acabara de receber as provas entregues pelo delator e se preparava p/ divulgar um dos depoimentos que o ex-ministro prestara. O comentário reproduzido por Galvão sugere que o juiz deixou de lado sua insegurança sobre as provas ao tornar a delação pública.



[O mais grave]





Moro divulgou a delação de Palocci no dia 1º de outubro, uma semana após o comentário reproduzido por Paulo Roberto Galvão no Telegram e uma semana antes do primeiro turno das eleições presidenciais.

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